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Publicado: Quarta, 24 de Julho de 2019, 18h14 | Última atualização em Quinta, 08 de Agosto de 2019, 09h06 | Acessos: 2290

No dia internacional do orgulho LGBT+, Campus recebe evento de conscientização contra o preconceito

No último dia 28 de junho, o IFSULDEMINAS – Campus Poços de Caldas comemorou o dia internacional do orgulho LGBT+ com um evento no auditório, que reuniu alunos, servidores e representantes da comunidade. A ação foi de iniciativa do projeto Calendário Social, do Coletivo Marielle Franco e do centro acadêmico do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas. Na ocasião, o público pôde participar de um bate-papo com a pedagoga e mestranda em Educação da Universidade Federal de Alfenas (Unifal), Andrea Benetti, fundadora da página “Moça, você é machista”, e com a participante do Coletivo Negro de Poços de Caldas (Conep), Jéssica Nuevo.

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O evento contou a participação de alunos, servidores e comunidade.

Para contemplar toda a comunidade escolar, a palestra foi promovida em dois horários diferentes, dando a oportunidade para as diversas turmas do ensino médio integrado e dos cursos superiores, servidores terceirizados e visitantes prestigiarem o evento. A palestrante Jéssica Nuevo compartilhou a história de seu irmão gay, Lucas, que cometeu suicídio há 08 anos, aos 17 anos de idade, após ter sido espancado em Poços de Caldas em um ataque homofóbico proferido por um grupo de rapazes. Após o espancamento, Lucas desencadeou uma depressão, que acabou levando-o ao suicídio. Desde então, Jéssica Nuevo vem contando a história do irmão em escolas e em eventos, com o objetivo de combater o bullying nas instituições de ensino, pedir paz, respeito e direitos iguais para a comunidade LGBT+ e mais rigor das autoridades na punição dos crimes de homofobia. Sobre a criminalização da homofobia, aprovada pelo Supremo Tribunal Federal no último dia 13 de junho, Jéssica comentou que “é até uma vergonha, no ano de 2019, a gente ainda ter que estar lutando e isso ter ido para o Supremo só agora, após morrerem muitos homossexuais, mas eu creio que seja o primeiro passo para que a gente comece realmente a ter visibilidade”. A história do irmão de Jéssica foi contada através de um texto, de autoria de Andrea Benetti, publicado no portal Poços Já. Para conferi-lo, clique aqui.

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Jéssica compartilhou a história de seu irmão, que foi uma das vítimas da homofobia.

A pedagoga Andrea Benetti, que também é conselheira tutelar na zona sul de Poços de Caldas, falou sobre a LGBTfobia, lamentando que o Brasil é um dos países no mundo que mais matam lésbicas, gays, travestis e transsexuais. A mestranda em educação também abordou as relações de gênero nas instituições e nas profissões. “A primeira forma de estabelecer hierarquia social é o gênero e é marcado isso, mesmo dentro das famílias. A gente não percebe como são naturalizadas as hierarquias de gênero. Se a gente está voltando uma série de pesquisas sociais na universidade, se a gente está se desdobrando em cima disso, é porque tem gente morrendo. Se a gente está falando de gênero é porque uma parcela da população está morrendo e essa parcela que está morrendo não são os homens brancos, héteros, cisgêneros e de classe média, que representam o padrão hegemônico colocado pela nossa sociedade. Quem estão morrendo são as mulheres, os gays, as transsexuais e as travestis, ou seja, são todos os indivíduos com orientação sexual ou identidade de gênero diversa do que a gente tem como a norma. E é um número muito expressivo. Somos o quinto país que mais mata mulheres e o país mais homofóbico do mundo”. A pedagoga concluiu sua fala, destacando que, para se começar a mudar esse quadro, as instituições e a sociedade como um todo precisam se mobilizar: “se a gente não tiver a responsabilidade social de construir uma sociedade mais humana, a gente não está fazendo nada de melhor. E a gente continua morrendo e morrendo aos montes. Pode não ser eu, mas é alguém muito perto de mim”.

O assistente social do Campus Poços de Caldas e coordenador do projeto de extensão “Calendário Social no Cotidiano Escolar”, Fábio Geraldo de Ávila, salientou que, neste ano de 2019, o projeto está realizando atividades sobre temas relacionados aos direitos humanos. Desta maneira, o evento em comemoração ao dia internacional do orgulho LGBT+ se encaixou na proposta: “é um tema necessário; a escola precisa trabalhar esse tema. E o nosso intuito principal é trabalhar com a diversidade humana, com a pluralidade de pensamentos e a melhor forma é expressar; é deixar que as pessoas conheçam, expressem, tirem dúvidas, principalmente o adolescente. O Instituto trabalha com a diversidade humana. Nós não toleramos nenhum tipo de preconceito. A escola está aberta para todos os tipos de religiões, todos os tipos de pessoas. Então, nós não podemos deixar que qualquer tipo de dificuldade atrapalhe a vida acadêmica do estudante. A gente sempre trabalha com esses temas, para que a gente possa construir uma escola inclusiva, diversa e que respeite a pluralidade de pensamentos”.

Confira as fotos do evento!

 

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